quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Vai que é sua...

Ocorreu-me começar como em Bouvard et Pécuchet (haja petulância intelectual). Mas na falta de alguma herança material, como a de Bouvard no livro, decidi-me apenas por papaguear Flaubert (mal, muito mal, diga-se de passagem) ao invés de mudar-me para o campo e empreender a busca gloriosa e pueril por conhecimento através do estudo e da experiência, tendo a natureza como laboratório. Viajantes do século XXI, a Internet é que será nossa oficina.

Depois disso, surrupiei a definição de meu sobrinho e inventei aqui esse Canto Torto, onde pretendo me afogar nas missivas entre esses dois canalhas lúcidos. Qual dos canalhas sou eu, qual é meu sobrinho, decida você - caso leia, caro sofredor. 

Primeiro aviso: do meu lado, mais interessado, como Flaubert (eita presunção), em satirizar os clichês endêmicos da sociedade brasileira nesse início de século. Se tal intento assumir a forma de pensamentos automáticos, banalidades, e terminar algo como um Sottisier tupiniquim, não temo pela vergonha, era isso mesmo! Mas há chance de lançarmos alguma luz em pontos cinzentos apenas pelo fato de discuti-los, o que já é algo, per se, ampliando a visão de mundo. 

De brinde, ainda escreveremos a duas mãos (não concomitantemente, não no mesmo texto, claro), sublinhando diferenças, contraposições, contradições, sob os auspícios de uma maiêutica não premeditada, fomentando a dialética. 

Por fim, não escondo meu prazer em fazer isso junto do meu sobrinho, tão único e louco, e ao mesmo tempo, canalha... ainda que lúcido... como eu. 

Segundo aviso: bon voyage! Au revoir.

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